Taxa de ocupação hoteleira: o que é, como é calculada e como melhorá-la?
A taxa de ocupação hoteleira é um dos principais indicadores de desempenho na gestão de alojamento. A sua análise reflecte não só a percentagem de quartos ocupados face ao total disponível, como também permite tomar decisões estratégicas ao nível do pricing, distribuição, marketing e operações. Compreender o seu cálculo, evolução e relação com outros KPIs é essencial para qualquer gestão hoteleira que tenha como objetivo maximizar as receitas e a eficiência operacional.

Qual é a taxa de ocupação do hotel?
A taxa de ocupação indica qual a proporção do inventário de quartos disponíveis que foi efetivamente utilizada num determinado período. A sua leitura deve ser contextualizada de acordo com a sazonalidade, o segmento de clientes, o canal de origem e a estratégia tarifária aplicada.
Como é calculada a taxa de ocupação
Fórmula padrão aplicada ao sector hoteleiro
Taxa de ocupação (%) = (Quartos ocupados / Quartos disponíveis) × 100
Por exemplo, se um hotel tem 120 quartos disponíveis e 90 estão ocupados, a sua taxa de ocupação é 75%.
Exemplos práticos: pequeno hotel vs. cadeia de hotéis
- Hotel independente com 30 quartosse 870 quartos estiverem ocupados em agosto para o mês (30 × 29 dias = 870 disponíveis), a ocupação é de 100%.
- Cadeia com 5 hotéis com 100 quartosse, num dia normal, tiver 350 quartos ocupados, a ocupação é de 70%.
Factores que influenciam a variação da taxa
- Sazonalidade e dias da semana
- Eventos locais e macro-eventos (feiras, festivais)
- Políticas de cancelamento e de reserva antecipada
- Concorrência direta e preços dinâmicos
- Estratégia de canal e visibilidade nas OTAs
Indicadores relacionados com a taxa de emprego
Os KPIs associados à ocupação servem não só para contextualizar a ocupação, mas também para a relacionar com as receitas efectivas e as margens operacionais. Uma análise eficaz deve considerar a forma como estes indicadores interagem para evitar decisões erradas baseadas apenas no volume de quartos ocupados.
ADR (Taxa Diária Média)
A ADR representa a receita média gerada por quarto vendido, independentemente do número de quartos disponíveis. É calculada através da fórmula:
ADR = Receita de quartos / Quartos ocupados
Exemplo prático:
Um hotel que ganhe 24 000 euros num dia e tenha vendido 100 quartos tem um ADR de 240 euros.
Relevância operacional:
Um aumento da ADR nem sempre implica uma maior rentabilidade se a taxa de ocupação diminuir. A estratégia deve procurar um equilíbrio entre o valor percepcionado e a elasticidade dos preços, consoante o segmento e o canal.
RevPAR (Receita por quarto disponível)
O RevPAR é um indicador composto que mede a receita por quarto disponível, quer esteja ocupado ou não. Tem duas formas de cálculo:
- RevPAR = ADR × Taxa de ocupação
- RevPAR = Receita por quarto / Quartos disponíveis
Exemplo prático:
Se o ADR for de 120 € e a ocupação for de 80%, o RevPAR será de 96 €.
Num hotel com 200 quartos, isto implica 19 200 euros por dia só para o alojamento.
Relevância tática:
Permite-lhe comparar o desempenho de diferentes hotéis, períodos ou estratégias sem se basear apenas na ocupação. É especialmente útil para análises ano-a-ano ou benchmarking da concorrência.
TRevPAR e GOPPAR como evolução da análise
Inclui as receitas totais dos hóspedes: alojamento, restauração, eventos, serviços adicionais.
Exemplo:
Se for gerado um total de 30 000 euros com 200 quartos disponíveis, a TRevPAR é de 150 euros.
GOPPAR (lucro operacional bruto por quarto disponível):
Acrescenta a variável custo de exploração. Reflecte o lucro bruto por quarto disponível, o que permite medir a eficiência real.
Exemplo:
Receitas totais = 30.000 €, custos de exploração = 18.000 € → lucro = 12.000 €.
GOPPAR = 12.000 / 200 = 60 €.
Importância estratégica:
A GOPPAR é fundamental para avaliar as decisões de investimento, as alterações operacionais ou a eficiência das campanhas. Dois hotéis podem ter a mesma RevPAR, mas GOPPAR diferentes, consoante a sua estrutura de custos.
Estratégias para melhorar a taxa de emprego
Para os grandes hotéis, o crescimento sustentado da ocupação requer uma estratégia integrada baseada em dados, tecnologia e segmentação do mercado:
1. ajustamento de preços com gestão de receitas
Implementar um RMS ligado ao Channel Manager e ao PMS para aplicar tarifas dinâmicas com base na procura, na concorrência, no historial e nos eventos futuros. A chave é segmentar por canal, antecipação e tipo de cliente, maximizando a taxa de ocupação sem corroer a ADR.
2. Acções de marketing digital e SEO local
Optimiza a visibilidade do hotel em pesquisas geolocalizadas, trabalha com Google Hotel Ads, Meta Ads e campanhas de retargeting. Assegura a ligação do motor de reservas às campanhas SEM e de remarketing com um acompanhamento real das conversões.
3. Promoções destinadas a estadias fora de época
Ativar descontos condicionados a datas de baixa temporada, noites extra, pacotes temáticos ou tarifas secretas para assinantes. Segmentos-alvo como os seniores, as pausas curtas ou os viajantes empresariais na época baixa.
4. Fidelização dos clientes e repetição das reservas
Integrar um CRM do hotel ligado ao PMS para identificar padrões repetidos, enviar ofertas personalizadas e acionar actualizações automáticas. Um programa de pontos ou benefícios exclusivos do canal direto podem reforçar este canal.

5. Presença nas OTAs e nos principais canais de vendas
Manter a distribuição ativa e optimizada nas OTAs relevantes para cada mercado de origem. Utilizar gestores de canais para evitar disparidades de tarifas e tirar partido de campanhas de visibilidade da Booking.com, Expedia e portais de nicho de acordo com o perfil do hóspede-alvo.
